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Comunidades afetadas pelas eólicas denunciam impactos causados pelas torres em Caetés e Paranatama

Comunidades afetadas pelas eólicas denunciam impactos causados pelas torres em Caetés e Paranatama

A  energia eólica – aquela gerada pela força dos ventos – é reconhecidamente uma fonte limpa e renovável de eletricidade. Mas há um lado negativo, que muitos ainda desconhecem. Estudos e relatos realizados mostram danos sociais, econômicos e ambientais, o que provoca verdadeiras tragédias e sofrimentos, com perdas, prejuízos, danos, privações, destruição de vidas e de bens, muitas vezes permanentes e irreversíveis, cometidas pelos complexos eólicos instalados próximos as casas das famílias.

No município de Caetés, no Sítio Sobradinho, famílias relatam que as consequências da instalação de parques eólicos perto de suas casas: são problemas de audição, aumento da medicação para insônia, depressão e ansiedade, o que fez com que muitos começassem a tomar ansiolíticos. Além dos sustos causados pelas sombras das hélices, contratos abusivos, e a saída forçada de suas terras.

No último final de semana, moradores dessas comunidades afetadas pelos parques eólicos, em Pernambuco, nos municípios de Caetés e Paranatama participaram de Mesa de Diálogo “Energia Renovável: direitos e impactos”, uma agenda promovida pela Secretaria- Geral da Presidência da República e diversos ministérios, com o objetivo de criar um espaço de diálogo entre os diversos atores envolvidos em empreendimentos de energia renovável.

Para Roselma Oliveira, que se tornou a principal liderança dos agricultores do Sítio Sobradinho, em Caetés. “Perdemos a tranquilidade e a vida depois da chegada dessas torres. É muito barulho, estamos adoecendo, as casas estão rachadas, e ninguém lembra da gente. Estamos esquecidos aqui em Sobradinho”, comenta.

Para Quitéria Silva, também moradora do Sítio. “Se eu pudesse não morava perto da torre. Isso é um inferno para mim. Isso acabou com minha saúde”, conta.

Em todos os relatos das famílias nas duas cidades se repetem quanto ao abuso dos cometidos durante a instalação dos parques eólicos. Na Associação Comunitária Santa Madalena, em Mimoso, Paranatama, a mesa de diálogos reuniu dezenas de famílias afetadas pelas torres como seu José da Silva, 59 anos, que tem um torres instalada a 200 metros da sua casa. “É muito barulho dia e noite, ninguém consegue dormir.  Minha saúde nunca mais foi a mesma desde qe instalaram essas torres”, comenta.

Para esta agenda da comitiva a escuta foi pautada em três eixos: denúncias, demandas e propostas.  Observando as seguintes diretrizes: preservação dos direitos humanos, do direito à vida e da dignidade humana; participação das partes interessadas; observância da função social da propriedade; envolvimento dos representantes da sociedade civil na composição da solução dos conflitos; e acompanhamento da implementação das soluções pactuadas e das obrigações voluntariamente assumidas pelas partes envolvidas.

A Cáritas NE2, CPT, FETAPE, pesquisadores da UFPE e UPE entre outras organizações tem debatido e apresentado o tema em diversos espaços de incidência e mobilização. Participaram também da Mesa  de Diálogos  o Ministério do Desenvolvimento Agrário de Familiar (MDA),  Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e  Ministério de Minas e Energia.


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