Dois trabalhos científicos da Cáritas NE2 são apresentados no 2º Congresso Internacional de Agroecologia
A Cáritas Brasileira Regional Nordeste 2 (CBNE2) teve participação ativa no 2º Congresso Internacional de Agroecologia e Desenvolvimento Territorial (CIADT), realizado de 11 a 13 de dezembro na UFRPE. Além de ser parceira na organização do evento, teve dois trabalhos selecionados para apresentação, que também serão publicados nos Anais do Congresso. Os trabalhos partem de experiências realizadas pela CBNE2, com mulheres camponesas da Paraíba e de Pernambuco.
É o caso das oficinas pedagógicas desenvolvidas com as mulheres do Cabo de Santo Agostinho (PE), que fundamenta o trabalho “Decolonialidade e construção do conhecimento agroecológico: caminhos para o fortalecimento dos saberes tradicionais”. Ele foi desenvolvido a partir da experiência com o projeto Quintais Produtivos e apresentado pelo assessor de Segurança Alimentar e Nutricional da CBNE2, Germano Barros, em co-autoria com a professora da UFRPE Ana Maria Dubeux, e os assessores da CBNE2 Aline Tertuliano, Josino Barbosa e Gideão Patrício.
O outro trabalho tem como base a Oficina de Horta – saberes e manejos, realizada com agricultoras da Paraíba. Apresentado por Iara Gervásio, técnica da Cáritas Diocesana de Campina Grande, e Aline Tertuliano, da CBNE2, o trabalho “Quintais Produtivos e oficinas pedagógicas: caminhos para construção de saberes em etnobotânica” traz à tona os saberes ancestrais destas mulheres, tanto no plantio quanto em técnicas de armazenagem, manejo e utilização de sementes crioulas.
A apresentação dos trabalhos foi uma oportunidade de compartilhar experiências diversas, em rodas de diálogo distribuídas em cinco linhas: Identidade, Cultura e Territorialidades; Sociedade, Economia e Construção do Conhecimento; Transições Socioecológicas e Sistemas Produtivos Biodiversos; Convivência com o semiárido, inovações sociotécnicas e desenvolvimento; Ambiente, Saúde e Sistemas Agroalimentares.
Além das rodas de diálogo, a programação do Congresso incluiu conferências e mesas redondas com participação de renomados especialistas em Agroecologia, do Brasil e de outros países. Para Germano Barros, foi uma oportunidade de compartilhar e dar visibilidade a iniciativas que se contrapõem às práticas produtivas e culturais hegemônicas. Iniciativas que o professor mexicano Narciso Barrera, um dos conferencistas da programação, chamou de micropolíticas de resistência.