Cáritas mobiliza organizações da sociedade civil sobre tragédia causada pelas chuvas no grande Recife e região metropolitana
A tragédia causada pela chuva que atingiu Pernambuco no final de maio deixou 128 mortos, 1.596 desalojados e 9.631 desabrigados. E oito dias após o temporal, temos mais de 71 mil pessoas que ainda estão fora de casa, 54 municípios foram atingidos pelas chuvas, e o aumento de 34 para 37 o número de cidades que decretaram situação de emergência, segundo balanço divulgado pela Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe), no último domingo (5).
Com uma conjuntura de crise humanitária ocorrendo nas cidades do Recife, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe, essas as mais atingidas com deslizamentos, desabamentos, e mortos com as chuvas, a Cáritas Brasileira NE2 e Cáritas Suíça mobilizaram a vinda do Coordenador de Respostas Rápidas para as Américas e Caribe da União Europeia, Roman Majcher, para visitar os bairros e municípios mais atingidos.
Após três dias de visitas aos bairros de Vila Dois Carneiros e Coqueiral em Jaboatão do Guararapes, Jardim Monte Verde, Vila Aritana, na Guabiraba, em Recife, e Estados, Areeiro, e Loteamento Novo São Paulo, em Camaragibe os representantes da União Europeia e Cáritas puderam ver e ouvir as famílias atingidas a real situação sobre o que elas vêm atravessando neste momento e, o que está sendo feito para atender às necessidades emergenciais, situações de vulnerabilidades e reconstrutivas para evitar ou minimizar os desastres, e restabelecer a normalidade social.
“A nossa realidade enquanto Visão Mundial aponta algumas frentes para se trabalhar com proteção e educação , segurança alimentar e abrigos, que são o socorro humanitário às vítimas “, contou Paulo Nacif, coordenador nacional para Assuntos de Emergência Humanitária da Visão Mundial.
Ao fim das visitas e diante da morosidade por parte do poder público na ajuda às famílias e comunidades afetadas, a Cáritas Suíça no Brasil, Cáritas Arquidiocesana de Olinda e Recife, e Cáritas Brasileira NE2 mobilizou 13 organizações da sociedade civil, nesta segunda, 6, para dialogar no tocante às respostas emergenciais e assistenciais que vem sendo realizadas. Elas apontaram alguns direcionamentos como forma de ampliar as iniciativas individuais das instituições, entre eles: mapeamento do trabalho realizado até o momento pelas organizações como forma de ampliar o raio de atuação da solidariedade; criação de uma agenda coletiva; ampliar a comunicação como espaço de incidência e engajamento, etc.
Para Paulo Mansan, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ( MST), “há um total descaso do poder público frente a essa emergência temos atuado em frentes que a nossa população rural e urbana mais necessita como as cozinhas solidárias, agricultores e população rural, mas não é suficiente. Temos que incidir mais se quisermos ser incidentes”, comenta.
Nesta terça, 7, os representantes das Cáritas Suiça no Brasil, Cáritas Arquidiocesana de Olinda e Recife e Cáritas Brasileira NE2, e União Europeia tem agenda com o prefeito João Campos e o governador do estado para apresentação de proposições e respostas quanto às ações emergenciais e estruturantes realizadas.
#SOS Recife
Diante deste cenário de destruição causado pelas chuvas desde 28 de maio, sábado, dia em que choveu com maior intensidade na capital pernambucana, a Arquidiocese de Olinda e Recife, a Cáritas Brasileira NE2 e a Cáritas Arquidiocesana de Olinda e Recife lançou a ação emergencial #SOS Recife e Região Metropolitana com objetivo de mobilizar a arrecadação de alimentos, e produtos de higiene e limpeza às vítimas, que em uma semana de realização doou cerca de 6 tonelas em alimentos, milhares de kits com alimentos não perecíveis e produtos de higiene limpeza.
