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Cáritas participa de debate sobre energias renováveis para o Semiárido

Cáritas participa de debate sobre energias renováveis para o Semiárido

Representantes de organizações da sociedade civil, pesquisadores, gestores públicos, estudantes e trabalhadores do campo e da cidade se reuniram nos dias 17 e 18 de maio de 2017, no III Fórum do Semiárido de Energia Renovável, na cidade de Patos (PB). O encontro, realizado no auditório do Sebrae, faz parte de um conjunto de atividades, promovidas pelo Comitê de Energia Renovável do Semiárido (Cersa), que buscam propor reflexões sobre fontes alternativas de energia, como a solar, para a região.

Ao longo do evento, foram realizadas diversas mesas de debates e em uma delas participou o assessor do Secretariado Nacional da Cáritas Brasileira, João Paulo Couto. Na ocasião, ele falou sobre o “poder de sociedade civil mobilizada”, apresentando o Marco Referencial da instituição, bem como iniciativas desenvolvidas pela Cáritas que contribuem para o engajamento dos públicos acompanhados e protagonismo deles junto ao poder público. “Diante dos desafios, há um grupo de pessoas que está discutindo com bastante afinco a questão das energias renováveis. E o que pude ver, nesse fórum, de mais importante é a incidência política que tem envolvido os gestores públicos nessa perspectiva de rever a matriz energética que está colocada”, disse Couto.

Além dos esforços pela construção de políticas públicas voltadas para o uso de energias renováveis, o Cersa trabalha no sentido de difundir para a população em geral as alternativas de produção de energia, bem como implementar ações, com a instalação de equipamentos de captação da luz solar, por exemplo, em escolas, pequenas propriedades rurais. Para o coordenador do Comitê, César Nóbrega, a cada fórum, nesses três anos de atuação do Cersa, novos atores se envolvem e ajudam a encontrar caminhos que minimizem os impactos das mudanças climáticas sobre o Semiárido. “No início, muitas pessoas não acreditavam que era possível, que a captação de energia fotovoltaica não fosse viável. Mas, com as discussões, nas três cidades de abrangência do projeto Semiárido Solar (Patos, Pombal e Sousa), já notamos que a população tem assimilado melhor as alternativas e trazido suas contribuições para os debates, a partir das vivências”, avaliou Nóbrega.

Essa partilha de informações entre o científico e o senso comum também foi destaque na fala do coordenador do Programa de Promoção e Ação Comunitária, da Ação Social Diocesana de Patos (ASDP), Irenaldo Pereira, que participou da mesa “O valor da Caatinga e a convivência com o Semiárido”. “Como integrantes desse comitê, temos procurado inserir as famílias camponesas que acompanhamos, porque entendemos que elas têm uma visão integrada na relação com a natureza e podem trazer elementos importantes. Ao mesmo tempo, já temos experiências bastante interessantes, propostas pelo Cersa, como a implantação de fogões ecológicos, biodigestores e de placas de captação de energia fotovoltaica em propriedades rurais”, disse Pereira.

Experiências

 

a realização do fórum, nos dias 18, 19 e 20, o assessor da Cáritas Brasileira, João Paulo Couto, e o gerente financeiro da Cáritas Brasileira Regional Nordeste 2, Alexandro Oliveira, puderam conhecer ações desenvolvidas pelo projeto Semiárido Solar, no médio sertão paraibano. Uma delas foi a do agricultor José Marcelino, na zona rural do município de Cacimba de Areia. Na propriedade, foram implantadas cinco placas de energia para captação de energia solar que vão ajudar no beneficiamento de polpa de frutas. Aguardando a liberação da companhia de energia da região, o agricultor espera, quando estiver em funcionamento, suprir 70% do consumo de quilowatt-hora, reduzindo os custos na conta mensal de energia elétrica.

Além disso, foi construído um fogão ecológico que tem ajudado na rotina da casa e, ao mesmo tempo, preservado o meio ambiente, visto que evita o desmatamento da região. “A gente percebe um processo de organização importante. E nós apostamos nisso e queremos promover mais intercâmbios para que essas experiências cheguem a comunidades de outras regiões”, destacou João Paulo.

Por Wagner Cesario | Assessoria de Comunicação do Regional NE2


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