Começam os treinos dos venezuelanos para a Copa dos Refugiados no Recife

Atletas participantes ainda precisam de espaço para treinamento e doação de chuteiras
O apoio da Cáritas Brasileira Regional Nordeste 2 aos refugiados Venezuelanos no Recife vai além do acolhimento e acompanhamento. A Entidade entende que na busca por maior integração dos recém-chegados, e na luta contra os preconceitos, as discriminações e a xenofobia é preciso muito mais. O estímulo agora é para que todos participem da “Copa dos Refugiados e Imigrantes”, que terá o tema “Reserve um minuto para ouvir uma pessoa que deixou o seu país”, com início no mês de setembro.
Assim, na tarde deste domingo (11), os primeiros integrantes do time da Venezuela, que estrearão na disputa no próximo dia 15 de setembro, começaram os treinos na orla de Olinda. Para o agente Cáritas NE2, através do Projeto Pana, David Ramos, os treinos físicos e táticos devem garantir uma boa participação do grupo na Copa. “Começamos a treinar para garantir nossa atuação, mas ainda buscamos parceria para conseguir um campo para praticarmos e chuteiras para os atletas”, informa.
Ainda segundo Ramos, muito além do esporte, o importante é dar visibilidade à questão dos migrantes e refugiados da nossa região. “Faremos um encontro no lançamento da competição e, nessa ocasião, os migrantes e refugiados poderão falar das dificuldades que enfrentaram e que enfrentam ainda hoje”, completa.
Na abertura da competição em Recife, a Cáritas Regional NE2, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), apoiadores do evento, farão além dos jogos, um dia todo de atividades voltadas para o tema com diversão para as crianças, feira de artesanato multinacional e espaço para apresentações culturais, que será aberto ao público em geral. A ideia em todos os estados onde acontecerá o evento é também chamar a atenção para a necessidade de inserção desse público no mercado de trabalho, além de reconhecer as tradições culturais desses povos.
Os migrantes de Pernambuco serão os únicos do Nordeste a participarem do evento que reunirá aqui jogadores de quatro times formados por senegaleses, angolanos, migrantes UFPE (um time misto) e venezuelanos. Os demais times da disputa já foram formados nos estados de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Curitiba e em São Paulo, com representantes de países como República Democrática do Congo, de Cabo Verde, Gana, do Paquistão, Haiti, da Guiné Conacri, Colômbia e Venezuela, entre outros.
O evento surgiu em 2014 na cidade de São Paulo, como uma iniciativa da organização não governamental (ONG) África do Coração e apoio da ACNUR. A Copa 2019 será a primeira participação dos refugiados de Pernambuco.