Formação debate desafios e caminhos para Políticas de Migração
Agentes Cáritas, parceiros, migrantes e refugiados participaram nesta quarta (24) de um momento de reflexão, avaliação e construção de caminhos para as políticas de migração na Rede Cáritas Regional Nordeste 2. Tendo como base os quatro verbos que, descritos pelo Papa Francisco, embasam a atuação da Cáritas nesta área, o Encontro de Formação debateu os desafios para melhor “acolher, proteger, promover e integrar” os povos migrantes.
Entre os destaques do encontro, os participantes relataram a importância da mobilização social para construção de políticas públicas efetivas, contínuas e transversais, que não estejam restritas à linha emergencial.
A secretária executiva da Cáritas Regional Nordeste 2, Neilda Pereira, resgatou a importância de algumas ações realizadas, a exemplo da Casa de Direitos, que é referência no estado e no Nordeste. “Mas é preciso que este tema seja tirado da invisibilidade e que o orçamento para as ações não seja pontual”, ressaltou Neilda.
O encontro foi, também, um importante espaço de autoavaliação. Neste sentido, foi reiterada, em diversas falas, a necessidade de rearticular o Comitê de Migração que, criado originalmente de maneira informal, acabou perdendo força após sua institucionalização, há cerca de um ano. Reforçar o Comitê, que está com edital de composição aberto, garantindo presença e voz aos migrantes e reforçando seu poder de pressão e articulação, é, portanto, uma das ações necessárias.
Outras estratégias de atuação citadas foram a organização de redes de contato nas diversas áreas dos Poderes Públicos municipais, estaduais e nacional; e a construção da Política e Plano Nacional de Migração.
A assessora nacional de Migração e Refúgio da Cáritas Brasileira, Cristina dos Anjos participou do seminário de forma remota. Ela partiu do documento, finalizado em 2021, que traça a política de Migração da Cáritas, para resgatar um pouco da experiência e caminhada ao longo dos anos, e reforçar os princípios, metodologias e caminhos.
No Brasil, estes caminhos se inspiram na ação de Dom Hélder Câmara, cuja trajetória foi relembrada, durante o encontro, pelo professor Manoel Moraes, da Cátedra Unicap. “Para Dom Helder, era o Cristo humano que interessava. O mistério do Cristo encarnado era a solidariedade”, comentou o professor. E, para os participantes do encontro, solidariedade não tem fronteiras.
