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Encontro sobre saneamento rural evidencia práticas de sucesso e debate os desafios e importância desse direito

Encontro sobre saneamento rural evidencia práticas de sucesso e debate os desafios e importância desse direito

Após aperfeiçoar o uso da água da chuva, para matar a sede e cozinhar com ela, destinar à horta, frutíferas e criação animal, as famílias agricultoras do semiárido brasileiro estão experimentando novas tecnologias que possibilitam o reaproveitamento das águas das pias, chuveiros e lavagem das roupas. Trata-se das tecnologias sociais de saneamento rural a partir do reuso da água.

Entre os dias 08 e 10 de julho, a Ação Social Diocesana de Patos (ASDPPB), entidade membro do Regional NE2, localizada no município de Patos, na Paraíba, sediou o Encontro sobre Saneamento Rural através da tecnologia social bioágua. O encontro teve como objetivo capacitar agentes de desenvolvimento locais (ADLs) e multiplicadores de tecnologias sociais no campo do saneamento rural para disseminação e implantação do sistema bioágua em seus territórios de atuação.

Durante os três dias de encontro, os participantes participaram dos momentos formativos que proporcionaram um aprofundamento teórico e prático sobre as tecnologias de saneamento rural, como o bioágua. Um conjunto de tecnologias dividido em três partes filtro biológico (filtra as águas que chegam com sabão e resíduos, chamada águas cinzas), tanque de reuso de água (armazena água filtrada, bombeada para uma caixa elevada e que segue por gravidade para o quintal produtivo) e o sistema de irrigação por gotejamento.

“Foi interessante esse encontro porque vimos como a experiência vivida traz um novo jeito de reunir pessoas para uma construção coletiva. Importante ver a família que nos acolhe atenta e participando do processo, assim, ajudando no protagonismo. Concluo dizendo todo esforço vivido nesses dias de encontro foi para manter viva a esperança do Bem Viver”, afirmou padre João Saturnino, presidente da Ação Social Diocesana de Patos.

A programação também contemplou intercâmbios para as comunidades do Maracujá e do Sítio Mucambo, que apresentou a abordagem prática e participativa, preparando os agentes locais e multiplicadores para atuarem em suas comunidades.

Para seu Dida e dona Marilene, agricultores do Sítio Mucambo, foi uma grande alegria acolher a equipe técnica, pedreiros e todos nesse momento. “Estamos muito felizes em recebê-los aqui na nossa casa. Já era um sonho antigo ter essa tecnologia social do bioágua na nossa residência. Hoje esse sonho está sendo realizado. Daqui uns dias estaremos usufruindo dos benefícios dessa tecnologia”, afirmou seu Dida.

O encontro representou um passo significativo na missão de fortalecer as capacidades locais e promover tecnologias sociais que contribuam para o bem-estar das comunidades rurais. “Experiência fantástica. Uma oportunidade de formar multiplicadores para instalação da bioágua que se adapta ao quintal familiar”, foi assim que Paulo Junior, educador social da Cáritas Diocesana de Caicó (RN), definiu o momento.

Universalizar o saneamento básico ainda é um dos grandes desafios da atualidade, principalmente quando se trata da zona rural, onde a ausência dos serviços é ainda maior, em especial a coleta e o tratamento do esgoto sanitário. Associado a isso, a escassez hídrica é outro desafio enfrentado nos últimos anos, fenômeno intensificado no semiárido, que convive com a seca, devido a longos períodos de estiagem, que inviabiliza diversas atividades, entre elas, a agricultura familiar.


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