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Seu Aluísio e Dona Cleonice antes pedia água na casa do vizinho, agora, tem água no quintal de casa

Seu Aluísio e Dona Cleonice antes pedia água na casa do vizinho, agora, tem água no quintal de casa

Sem água não há combate à fome, e não é à toa que desde de 2016 a fome voltou, de forma que em 2021 chegamos a 19 milhões de pessoas que acordavam sem saberem se iriam conseguir alguma refeição para o dia”. Como exemplo, vimos as “filas dos ossos” sendo noticiadas. Já no ano de 2023, essa situação vem melhorando com o resgate do Projeto Cisternas e outras políticas que foram extintas.

A insegurança alimentar no país já apresenta outros resultados, onde neste primeiro semestre de 2024, 24 milhões de pessoas saíram da condição de fome e de insegurança alimentar. Sendo a água a base e elemento fundamental para a produção de alimentos, não basta garantir água para o consumo humano, mas também investir em fontes que possam oferecer água para outros usos investimentos e para produção de alimento saudáveis oriundos da agricultura familiar, escassez de políticas para esse fim, representa ameaça à vida e também ao sustento das famílias.

O Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) é uma iniciativa que visa implantar um programa de convivência com o semiárido através de tecnologias sociais diversas. O principal objetivo é proporcionar acesso à água para consumo humano, produção de alimentos, dessedentação animal e abastecimento de escolas e espaços comunitários, contribuindo para a convivência sustentável com o semiárido, o combate à desertificação e a erradicação da pobreza rural.

A mudança na vida das famílias não termina com a implementação da cisterna, o caminho para a transformação inicia após a entrega das cisternas. Como a história de seu Aluísio e Dona Cleonice, agricultores familiares que residem na Comunidade do Poço, zona rural de Caetés (PE) contemplados com cisterna de 16 mil litros,  na última semana a equipe técnica do programa visitou a família para uma conversa para compreender quais mudanças ocorreram na vida da sua família após a implementação da tecnologia social.

Como conta seu Aluísio, “antes era muito difícil, eu tinha que pegar água na cisterna do vizinho botada pelo exército. Eu ia de jegue, mais ou menos 1 quilômetro e pouco. Eu ia toda semana, pegava dois ou três tambores pra tudo, pra beber, pra cozinhar, pra lavar, porque não tinha outra água, né!  Agora não, agora tem essa aguinha boa, né! A gente tem essa água boa, melhor de beber… é uma água doce, das telhas. Porque a que vem do exército não é muito boa não, é meia salobra”.

Ele continua. “Mas agora a água que eu tô bebendo é uma água boa, doce, sadia, limpa. Aquele negócio ali que botaram é muito bom, aquela tela né, a telazinha no cano, que coa ali, não cai sujeira, é muito bom, a água vem limpinha. Eu achei muito bom esse projeto, isso é uma benção! Quem não tem isso daí, ia gastar o que? um dinheirinho a mais e não tem não. Pra muita gente, ó, isso daí foi uma beleza, não foi muié?”.

Dona Cleonice concorda e complementa. “Ahhh, foi sim. Não teve melhor que essa cisterna, porque a gente pegava água na cisterna do vizinho e era uma água ruim, a gente bebia apulso. E eu que tenho pedra nos rins, o médico falou que era pra tomar de três a quatro litros de água por dia, e eu não tomava nem dois”. Ela ressalta e finaliza. “A pressão alta, já como insosso pra tomar água ruim? Ai graças a Deus, depois dessa cisterna, a coisa melhorou. A gente toma água com vontade”.

Seu Aluisio ainda conta os gastos que já fez para pode beber água de qualidade. “Uma vez eu comprei mil litros de água a R$ 70,00 (setenta reais) pra não beber essa água véia salobra. Uma vez eu fui ver água numa cisterna e não tinha, e parti com o jegue que nem besta pra cima e pra baixo. Oh coisa ruim! Uma vez eu só consegui um tambor de água, porque no verão o povo arrocha a pegar água né. Aí perdi a viagem de uma e fui pra outra, e consegui só um tambor, aí eu disse: óia muié, eu só consegui um tambor de água, vamos pirangar (economiza)… e assim ficava! “, relembra.

O assessoramento técnico para as famílias contempladas com as cisternas faz parte do planejamento do Programa, e tem o papel de educar e dar suporte por meio de ações educativas, a manejar as tecnologias sociais de forma a não desperdiçar água.


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