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Voluntários participam de formação para ajuda humanitária às famílias atingidas pelo crime socioambiental da Braskem (AL)

Voluntários participam de formação para ajuda humanitária às famílias atingidas pelo crime socioambiental da Braskem (AL)

A Comissão de escuta para os atingidos(as) pela Mineradora Braskem (AL) é o resultado da agenda realizada pela Cáritas Brasileira Nordeste 2, Comissão para Ação Sociotransformadora da CNBB NE2, instituição Católica Alemã, Adveniat, e representantes de organismos, pastorais e movimentos da Arquidiocese de Maceió, em março de 2024, que teve como objetivo propor ações de incidência, e soluções estruturantes para a mitigação dos impactos junto às famílias atingidas pelo crime ambiental da Braskem.

No último dia, 21 de maio, representantes da Arquidiocese de Maceió, da Cáritas Arquidiocesana de Maceió, da federação de pescadores(as), dos organismos, movimentos e pastorais sociais, além de docentes, leigos e leigas, estudantes e religiosas participaram da Formação de Voluntários(as) para ajuda humanitária e Cadastramento em Maceió, na sede da ADUFAL (Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas).

A formação teve como objetivo favorecer o conhecimento sobre ajuda humanitária e a apresentação do sistema de cadastramento dos pescadores(as) para os(as) voluntários(as) da Arquidiocese de Maceió.  A Cáritas Arquidiocesana de Maceió, acolheu os presentes nos dois momentos da formação, manhã e tarde, resgatando o papel e objetivo da Comissão de Escuta aos Atingidos(as) pela Mineradora Braskem (AL) e finalidade do encontro.

A Cáritas NE2 através da assessoria regional do MAGRE (Meio Ambiente, Gestão de Riscos e Emergências) apresentou noções básicas para atuação em  Ajuda Humanitária, a Comissão para Ação Sociotransformadora da CNBB NE2  mostrou como fazer uma escuta ativa e empática em momentos de ajuda humanitária às famílias afetadas , e por fim, advogada e voluntária, Patrícia Guedes, facilitou a capacitação para cadastro dos pescadores(as) no PesqBrasil, apresentando a plataforma do governo federal  responsável pelo registro do(a) pescador(a) para legalizar a atividade, e encaminhar o processo de registro para emissão das carteiras profissionais dos pescadores(as). “Estou totalmente à disposição para construção desse processo. Uma experiência que vivenciei em PE, e quero trazer para Maceió, uma vez que os responsáveis não tem menor interesse na solução dos mais atingidos às famílias e pescadores(as)”, comentou Patrícia.

Para Jaciara da Paz, voluntária da Cáritas Arquidiocesana de Maceió, “primeiro não podemos esquecer nosso papel na sociedade e Igreja para olharmos os nossos irmãos e irmãs em caso de catástrofes. Segundo participar da formação me fez ver um novo formato para ajudar nossos irmãos, às vezes a ajuda não é só com doações, é  saber ouvir, acolher, também”, comenta.

A formação provocou junto a Comissão de Escuta alguns encaminhamentos como levantamento das demandas e logística para cadastramentos com a Federação dos Pescadores(as), promover ações pilotos ainda no primeiro semestre do ano, ampliar a  representação da Comissão com integrantes da UFAL (AL), organização de materiais metodológicos e  de logística para as próximas formações/ atividades.

O crime ambiental causado pela mineradora Braskem é resultado da exploração da petroquímica Braskem desde os anos 70 na cidade com a extração de sal-gema.  O desastre já era anunciado após um tremor de terra em março de 2018, provocando rachaduras nos imóveis, fendas nas ruas, afundamentos de solo e crateras que transformaram para sempre a vida dos moradores. Milhares de pessoas foram forçadas a deixar suas casas, enquanto outras, sem ter para onde ir, passaram a conviver com cortes de energia, precariedades de serviços públicos, descaso e lentidão do Poder e Justiça.

 


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